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Resenha: Enclave - Ann Aguirre #Razorland

Título: Enclave #Razorland
Autora: Ann Aguirre
Lançamento: Abril/2011 [EUA]
Nota: 2/5 estrelas

Sinopse: No mundo de Deuce, as pessoas só ganham o direito de ter um nome se sobreviverem aos primeiros 15 anos. Ela vive no subterrâneo, num Enclave, e sempre quis ser uma Caçadora, para alimentar o grupo e protegê-lo das Aberrações. Junto com Fade, ela logo descobre que nem tudo é aquilo que aparenta, mas quando o desastre parece iminente, não importa o quanto tente, Deuce não pode deter a maré negra que a leva para longe do único mundo que ela já conheceu. (traduzido por Mistureba Literária).
                                                       

Se você frequenta o blog ou Instagram do Milhas ficou sabendo que eu estava indo ler Young Elites da Marie Lu quando fiquei sabendo da trilogia Razorland e por saber que todos os livros já haviam sido publicados resolvi ler eles primeiro.

Quando eu comecei a ler Enclave, achei o mundo criado por Ann Aguirre bem interessantes, diferente de qualquer distopia que eu tenha lido, porém também o mundo mais desolador. Ainda que esse mundo seja diferente, também achei ele com grandes falhas que me incomodaram no decorrer da histórias, porém nada que fosse um grande problema pra história em si. Porém são falhas que contribuem para o livro não ser tão bom quanto deveria ser.
A primeira parte do livro, em minha opinião, é muito melhor que a segunda. Inicialmente o livro começa um pouco lento, mas com o desenrolar da história e quando começamos a conhecer mais sobre os personagens e os caminhos que eles vão tomam o livro começam a ganhar ritmo e a história começa a ficar mais intrigante. O mundo que a Deuce e o Fade viviam era bem diferente e único. A ação que rola nessa primeira parte é muito mais interessante do que as que vêm depois.
Sobre as personagens, a Deuce é a badass das badass, ela é uma heroína bem forte, ela é independente, consegue se virar sozinha, pode acabar com quase qualquer um, é uma lutadora admirável. Porém, apesar disso tudo no inicio achei ela enjoada, só que dava pra entender que o jeito dela era pela forma que ela havia sido criada. Quando ela desapega dessa personalidade chata, ela fica muito melhor. Antes você vai ter vontade de sacudir ela para ver se ela deixa de ser boba.
O Fade também um personagem bem escrito. Adorei como ele é no primeiro livro, forte, durão, mas com um lado sensível. Ele e é perfeito como par da Deuce. Porém, odiei muitas coisas que a autora resolveu fazer com ele ou o modo como ele acaba sendo visto nos outros livros.
Agora eu vou falar sobre o grande problema que eu tive com o livro que o fez ter uma nota tão baixa, mas para falar sobre isso eu vou dar um spoiler, ainda que não falarei nomes nem como ocorre a situação. Então, o problema que eu tive com o livro foi a forma como a autora tratou o estupro. Não duvido que tiveram muitos leitores que nem perceberam a temática na história, porque a autora deu uma de esperta e fez essa situação ficar entrelinhas, nada é dito as claras, tudo ficou subentendido e para muitos pode até ter passado desapercebido. O pior nem foi isso, eu até consigo entender que nessa realidade criada pela Ann Aguirre o estupro pode acontecer da forma que aconteceu, mas eu não consigo aceitar a forma como ela põe isso como algo aceitável, algo que é fácil de esquecer e se apagado, como se não fosse nada demais. Não só isso, como também foi o cumulo ela por a culpa na vitima. No livro você lê frases como: “ se fosse comigo isso não teria acontecido. Eu teria lutado até morrer, fulano não luto, foi passiva demais, deixou isso acontecer.”. E tudo depois segue nessa mesma linha de pensamento e é um absurdo, ultrajante. E ainda há uma falta de empatia tão grande com a vitima.
Sinceramente, depois de ruminar muito fiquei muito tentada de dar 0 ao livro, só que eu não gosto de fazer isso e apesar dos pesares o restante do livro não é ruim. Tirando esse acontecimento horrível o livro seria até considerado bom.
Eu acabei lendo a sega toda pra ver no que ia dar. Continuei sem gostar de muita coisa que a autora fez e principalmente como ela continuou a lidar com essa situação nos outros livros. Ela não deveria ter tratado o estupro da forma que tratou. Quem sabe se ela tivesse feito diferente a história teria virado o fenômeno que muitas outras distopias viraram.
Eu não vou falar que recomendo o livro, porque cabe a cada um saber se quererem ou não lidar com essas situação. E no final das contas, acredito que eu deveria ter lido Young Elites primeiro...

Besitos.


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